Betherly, a pequena

Por que clamas pequena criança?
Os olhos cuidadosos de teu pai te cuidam dia e noite.

Quando te sentes desamparada buscas por aconchego em suas palavras mansas e, ao ver nascer o dia, sorri e lhe agradece pela constante amabilidade.

Quando o mundo lhe mostra os profundos abismos que lhe cercam os passos, buscas o caminho e a luz para guiar-lhe nas mais cuidadosas pegadas que deixas para trás.

Quando choras, és acalentada pelo doce consolo de seu abraço protetor, que tanto lhe preza a vida de infinitas alegrias.

Onde estás Betherly, que não ao lado de teu pai?
Por que tens buscado desvendar os mistérios por trás das neblinas?

Eis que o sorriso lhe surge, pois és vitoriosa e privilegiada.

Corre agora, Betherly, pois teu pai lhe aguarda.
Volta da imensidão desconhecida da floresta que tens habitado para aquecer-te no calor da presença daquele que a ama. Sente-se ao lado do contador das histórias diversas que criou e escuta mais uma vez sua voz deslizando na mente dos homens, inspirando mãos escolhidas, como se fosse à primeira vez.

Fecha teus olhos.
Lembra-te.
Guarda no coração.
Ele ainda está ai.