"[...] Nenhum coração pode desenvolver-se bem sem muita comunhão íntima com Deus; não existe nada que possa compensar a falta dela.” (Berridge)

11 de nov. de 2011

Quanto você se importa?

Quanto nos importamos com aquilo que não nos afeta diretamente, pelo menos enquanto não tomamos ciência?



Quebrando Ministério de Gelo


Antes mesmo de qualquer envolvimento com ministérios na igreja é necessária a consciência de uma posição de servos, dos outros e de Cristo, onde não é possível esperar direção daquilo que vem de nós, mas sim, do agir do Espírito Santo que traz até nós as verdadeiras motivações, as verdadeiras verdades, o amor profundo que Jesus mostrou e que espera que tenhamos por sua obra e sua igreja, e o verdadeiro servir.
Assim como Paulo fala em 2 Coríntios, devemos nos purificar das coisas do mundo que contaminam nossa mente e espírito, permitindo que o Espírito de Deus nos aperfeiçoe e purifique, mediante à verdadeira busca de uma vida santa e no temor de Deus[2 Co 7.1]. Se nossa postura começa neste ponto, estaremos prestes a trilhar um caminho de grande desenvolvimento e aprofundamento naquilo que Deus espera de nós.
São diversos os ministérios que temos em nossas igrejas, e como é fácil criá-los e desenvolvê-los. As igrejas crescem, o evangelho de Cristo está sendo pregado e, à primeira vista, tudo está indo muito bem.  O que hoje não temos, são pessoas com senso crítico suficiente para questionarem, primeiramente, algo: O que agrada mais a Deus, quantidade ou qualidade?
Jesus foi o maior exemplo que tivemos de vida e dedicação. Mas muito além de um exemplo moral e espiritual, ele foi o maior exemplo de amor. E esse tipo de exemplo, o que deveria ser um dos mais vistos, talvez seja aquele que é mais esquecido.  As conseqüências disso muitas vezes nos levam a uma vida de legalismo e moralidade, o que não é suficiente para que possamos alcançar a plenitude de um viver que agrada a Deus, onde nossos relacionamentos, entrelaçados com Ele, estarão entrelaçados com as outras pessoas conseqüentemente.

Assim, chegamos ao ponto central: as pessoas.
Não criamos ministérios para encher a igreja ou enriquecê-la, mas sim, para atrair pessoas ao amor de Cristo, para ajudá-las a crescer, para servi-las e amá-las. Ministérios movidos pela compaixão. A mesma que Jesus teve por pessoas que viveram antes de nós, por aquelas que vivem hoje e por aquelas que ainda virão. Essa deve ser a nossa motivação, ser movidos pelo mesmo sentimento que moveu Jesus. E, somente ao experimentarmos isso, podemos entender a complexidade e a profundidade do mínimo que Jesus sentiu por nós, o que será suficiente para a nossa limitada humanidade e, ainda assim, uma experiência de compreensão além de nossa capacidade individual de tentar entender.
Então, chegamos aquilo que é capaz de nos fazer agir. Algo em nós deve acontecer, para que sejamos movidos à ação, e isso não vem de nós, é uma ação realizada pelo Espírito Santo que desperta nossa compaixão pelas pessoas, que nos leva a um ministério, mas para que isso aconteça, os fatores exteriores devem causar reações em nosso interior, provocando as mudanças necessárias para que esse sentimento “exploda” dentro de nós. Estamos sujeitos à ação desses fatores, mas se não nos permitimos ação do Espírito Santo, sendo levados por fatores que nos contaminam, essa motivação estará deturpada e fraca em questão de tempo. O ver da situação das pessoas e da igreja em si deve gerar mudanças e acionar o compartimento de “Eu preciso fazer algo para mudar isso”.
Precisamos entender e enfatizar isso: “Somos motivados a servir pelo mesmo poder que moveu Jesus para servir, o poder do Espírito de Deus. O Espírito Santo desperta em nós a nossa paixão para amar os outros(...) Seu agir faz com que a paixão de amar os outros nos mova a agir em obediência aos mandamentos de Jesus.(...)enquanto a nossa paixão de amar continua sendo agitada pelo Espírito Santo e enquanto nossa obediência aos mandamentos de Jesus fortalece nossa perseverança, cresce em nós a vontade de suportar o sofrimento que o conflito trará à medida que ministramos aos outros em nome de Jesus.”
[Apostila do Discipulado: XII.  Compaixão no Ministério, Dia 01, pág. 55]

Algo está muito errado se isso não acontece conosco, se em nosso coração, não arde a vontade de provocar mudanças no que vemos dentro de nossas igrejas, em nossas vidas. E é por isso que os ministérios são frios ou esfriam com o tempo. Permitimo-nos a sermos levados por motivações que movem desejos humanos a uma realização ego-centrista e não algo que demonstra a paixão que Cristo teve pelas pessoas. O problema não está nas pessoas, está em nosso desprezo da importância de uma motivação legítima, reconhecida por Deus e agradável a Ele, movida por Ele. Por Ele deveríamos ser movidos, mas frente a tantas outras oportunidades acabamos por negar essa ação. A compaixão se esfria e entra em uma ação tipicamente egocêntrica.
Nossa postura deve mudar. Não podemos permitir que sejamos levados por interesses fúteis e humanos, principalmente quando se trata do realizar na obra de Deus [1Pe 4.1-2].  Devemos buscar a transformação de nossas mentes para que possamos oferecer à Deus, não somente algo dentro de seus padrões morais, mas algo movido por Ele e para Ele [Rm 12.1-2].
Basicamente, está na hora de reconhecermos que não somos capazes de nada. Sozinhos...